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Acidente com avião da Chapecoense deixa 71 mortos e é o maior da história do futebol

O avião fretado que levava o time da Chapecoense caiu na Colômbia na madrugada de hoje (29). A tragédia matou pelo menos 71 pessoas e ocorreu perto do Aeroporto José María Córdova, na na cidade de Rionegro

A equipe catarinense seguia para Medellin, onde disputaria nestas quarta-feira (30) a primeira partida da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional, da Colômbia. O jogo foi cancelado. A decisão da Copa do Brasil e a rodada final da Série A do Brasileirão foram adiadas.

O avião Avro RJ85 da empresa aérea Lamia, boliviana de origem venezuelana, tinha uma lista de 81 pessoas a bordo. Sete delas foram retiradas com vida dos destroços e seis permanecem internadas, segundo boletim da Aeronáutica da Colômbia: o jornalista Rafael Henzel, da Rádio Oeste, atendido no Hospital de La Ceja; os tripulantes Ximena Suárez, aeromoça, e Erwin Tumiri, técnico da aeronave, internados na clínica Somer, de Rionegro; os jogadores Alan Ruschel, lateral do time catarinense, internado no Hospital de La Ceja, Follmann, na Fundação San Vicente, que teve uma perna amputada segundo informações preliminares, e Neto, resgatado mais tarde dos escombros.

O goleiro Danilo, herói da classificação, chegou a ser resgatado, mas faleceu no hospital. O pai dele, Eunício Padilha, recebeu a notícia da tragédia na madrugada, mas com a informação de que ele estava bem. “Recebemos uma ligação de que ele está bem agora há pouco e que está recebendo atendimento médico”, disse ao G1. Mais tarde, o hospital comunicou sua morte. A mãe do goleiro, que mora em Cianorte, no noroeste do Paraná passou mal e foi atendida pelo Samu.

Segundo a lista de passageiros, o avião teria 72 passageiros e nove tripulantes, de acordo com a agência da Aeronáutica Civil colombiana, mas informações dão conta que quatro pessoas não embarcaram. Assim, estariam a bordo 22 jogadores, 21 jornalistas e 25 dirigentes e acompanhantes.

Os motivos do acidente ainda são desconhecidos. O serviço de acompanhamento de voos Flightradar24 disse recebeu o último sinal do voo 2933 com a aeronave a 15.500 pés de altura. O avião seguia para Medellín, embora chovesse na região. Mas, de acordo com o diretor da Aeronáutica Civil da Colômbia, Alfredo Bocanegra, o aeroporto funcionava normalmente e outros aviões pousaram sem transtornos. Ele ainda contou aos jornalistas que o comandante Miguel Quiroga relatou problemas no avião. “O piloto reportou falhas elétricas graves à torre de controle do aeroporto”, afirmou à Rádio Nacional de Colômbia.

Em texto divulgado no Twitter, o aeroporto da região informou que a torre de controle recebeu, às 22h (hora de Bogotá), um comunicado do piloto de que o avião, procedente de Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), estava em situação de emergência, entre o município de La Ceja e La Unión, com falhas elétricas.

Imediatamente foram mobilizados o Comitê Operativo de Emergência, com a presença de funcionários da prefeitura de Rionegro, da Polícia Aeroportuária, Força Aérea Colombiana, de bombeiros e autoridades.

A imprensa colombiana chegou a especular que a aeronave tenha sofrido pane seca, pois ela não explodiu, de acordo com paramédicos, mas a informação não foi confirmada. Também é possível que o piloto tenha aberto os tanques de combustível para evitar a explosão na queda. A região do acidente é montanhosa e o avião teria caído a apenas 25 quilômetros da cabeceira da pista do aeroporto. Cerca de 500 profissionais colombianos participaram do resgate dos sobreviventes.

A Chapecoense emitiu nota logo após a tragédia. “Em função do desencontro das notícias que chegam das mais diversas fontes jornalísticas, dando conta de um acidente que transportava a delegação da Chapecoense, a associação esportiva, através de seu presidente Ivan Tozzo, reserva-se o direito de aguardar o pronunciamento oficial da autoridade aérea colombiana, a fim de emitir qualquer nota sobre o acidente. Que Deus esteja com nossos atletas, dirigentes, jornalistas e demais convidados que estão juntos com a delegação”.

Pela primeira vez na história, a Chapecoense disputaria um título internacional. Segundo o jornal Diário Catarinense, estavam no avião, além dos sobreviventes Alan Ruschel, Follmann e Neto, os jogadores Danilo (goleiro), Filipe Machado (zagueiro), William Thiego (zagueiro), Marcelo Augusto (zagueiro), Dener Assunção (lateral), Mateus Caramelo (lateral), Gimenez (lateral), Ananias Monteiro (meia), Arthur Maia (meia), Cleber Santana (meia), Gil (volante), Matheus Biteco (volante), Sérgio Manoel (volante), Josimar (volante), Bruno Rangel (atacante), Aílton Canela (atacante), Everton Kempes (atacante), Lucas Gomes (atacante) e Tiaguinho (atacante).

Entre os integrantes da comissão técnica, dirigentes e convidados estavam o técnico Caio Júnior, Eduardo Filho, Anderson Araújo, Anderson Martins, Marcio Koury, Rafael Gobbato, Luiz Cunha, Luiz Grohs, Sérgio de Jesus, Anderson Donizette, Andriano Bitencourt, Cleberson Fernando da Silva, Emersson Domenico, Eduardo Preuss, Mauro Stumpf, Sandro Pallaoro, Nilson Jr., Decio Filho, Jandir Bordignon, Gilberto Thomaz, Mauro Bello, Edir De Marco, Daví Barela Dávi, Ricardo Porto e Delfim Pádua Peixoto Filho, vice-presidente da CBF.

Também faleceram na tragédia os jornalistas Victorino Chermont (FOX), Rodrigo Santana Gonçalves (FOX), Deva Pascovicci (FOX), Lilacio Pereira Jr. (FOX), Paulo Clement (FOX), Mário Sérgio (FOX), Guilherme Marques (Globo), Ari de Araújo Jr. (Globo), Guilherme Laars (Globo), Giovane Klein Victória (RBS TV de Chapecó), Bruno Mauri da Silva (RBS TV de Florianópolis), Djalma Araújo Neto (RBS TV de Florianópolis), André Podiacki (repórter do Diário Catarinense), Laion Espindula (Globo Esporte de Chapecó), Renan Agnolin (Rádio Super Condá), Gelson Galiotto (Rádio Super Condá), Fernando Schardong (Rádio Chapecó), Edson Ebeliny (Rádio Chapecó), Douglas Dorneles (Rádio Chapecó) e Jacir Biavatti (Rádio Chapecó).

Os tripulantes vitimados foram o piloto Miguel Quiroga, Ovar Goytia, Sisy Arias, Romel Vacaflores, Alex Quispe, Gustavo Encina e Angel Lugo.


Já Plínio Arlindo De Nês Filho (presidente do Conselho Deliberativo da Chapecoense), Luciano Buligon (prefeito de Chapecó), Gelson Merísio (presidente da Assembleia Legislativa de SC) e Ivan Agnoletto (Rádio Super Condá) não teriam embarcado no voo. Já Matheus Saroli, filho do técnico Caio Júnior, não embarcou porque esqueceu o passaporte, mas seu nome não estava na lista oficial.

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